terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ainda Vocação!


Vocação: Não sei o que é. Nunca provei, nunca vi. Nunca a experimentei.

Quis saber o que era. Consultei um dicionário moderno. Lá dizia: palavra desatualizada, fora de uso. Procurei nas páginas amarelas e não encontrei nada. Questionei um sábio, que me definiu vocação como sendo um chamado de Deus a todas as pessoas. Afinal, eu também tenho direito a uma vocação, pensei eu. Senti - me então à espera que Deus me chamasse. Esperei em vão. Ele nem deu sinal. Nunca recebi um telefonema, uma carta, um e-mail, um torpedo. Voltei a interpelar o sábio e contei-lhe a demora. Este me disse que temos nós mesmos descobrir a nossa vocação. Ela é como um tesouro: quando a descobrimos ficamos eufóricos de alegria. Tinha que a encontrar.

Programei uma expedição pelo mundo. Lancei-me na maior aventura, à descoberta do meu tesouro. No caminho, cruzei-me com outros que também procuravam a sua vocação. Perguntei-lhes as suas razões. Queriam ser feliz e pessoas realizadas. Não sabia que a vocação tinha esses poderes mágicos- comentei deslumbrada. A partir daí, comecei a procurá-la ainda mais com paixão e anseio. Subi intrépido todos os montes, explorei destemida, todos os mares, percorri todos os países, mais as minhas buscas eram infrutíferas, não havia vocação para mim, cogitava eu.

Até que um dia encontrei um cego que me disse: “Não deves procurar a vocação fora de ti, ela está e ti. Volta para casa e continua a tua vida normal e daqui a uns dias, quando estiveres maduro, sentirás a vocação desabrochar”.

Foi então que comecei a entender que quando eu sentir inclinação para realizar um trabalho que me agrade e contribua para a edificação de um mundo melhor. Quando encontrar a própria maneira de estar nesse mundo com os outros, quando descobri um estilo de vida que me satisfaça e me realize como irmã de todos e filha de Deus, então terei encontrado a minha vocação e estarei no caminho da felicidade e da plenitude. O cego disse-me ainda: “Cada vida exige uma vocação e vier já é ser vocacionado”.

Despedi-me depois do cego rapidamente e regressei a casa mais feliz do que nunca, ansiosa para crescer e descobrir a minha vocação.



Festival Vocacional
Carol Rodrigues- Granja- CE

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